Monday, August 25, 2014

Conduta vermelha

Ela recebe a luz de uma tarde de encanto. Imóvel, ela baila. Pensa em amor e está cheia dele para entregar a quem passa. Recém-saída de uma embalagem onde foi cuidadosamente acondicionada ensaia os passos para uma nova vida.
Se vem vencendo a noitinha fica ainda mais bela. Suas feições delicadas atraem. Tem mimo nessa face.
Muda-se a luz e vem o destaque. É bem óbvio. Em todo seu esplendor percebe-se: é ela, a envergonhada. Se alguém corta a unha do pé na frente dela ela cora. Se ela ouve ou vê alguém da casa gargarejando ela trata de pôr as duas mãos nas bochecas e solta: "Meu Pai do Céu, o que é isso!!". Se alguém na cozinha prepara a comida, esquece e põe a mão no cabelo, que passa a cheirar a alho, ela olha e não perdoa: "Que absurdo!".
Top model educadinha. Certamente herdeira das tradições das misses. Desfocada, sua boca parece mais quente como se passasse a receber no corpo a influência intensa de um verão luminoso.
Parece também uma boca que se acarinha e que se ajuda a proteger de um mundo que cisma em oferecer o improviso, cenas sem normas.
O orgulho ilheense (vinda de Ilhéus, BA) na forma de artesanato.
Pura, doce. Envolvente e... com decote. Um amor.
Mostrando a saia.
Desfilando.
Tratada como jóia, chega o momento de ser presenteada para uma tijucana temperada, carinhosa e observadora. Que do cantinho em que for colocada a "envergonhada" não páre de se surpreender com o comportamento humano dos presentes, tornando mais divertido o lar dos agraciados com sua presença.

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